Caiçaras, quilombolas e pescadores artesanais: guardiões do oceano
Os povos e comunidades tradicionais do litoral brasileiro carregam séculos de conhecimento sobre os mares, os ciclos da natureza e as formas sustentáveis de viver junto ao oceano. Neste artigo, você vai entender por que proteger essas culturas é essencial para conservar o mar — e o futuro do planeta.
Bia do Instituto Marulho Eco
7/10/20252 min ler
Quem são os guardiões do oceano?
Antes de existirem políticas ambientais ou áreas protegidas, já havia gente cuidando do mar: são os caiçaras, pescadores artesanais, comunidades quilombolas costeiras, indígenas e outros povos tradicionais que vivem há gerações junto ao oceano.
Eles conhecem os ciclos das marés, o comportamento dos peixes, o tempo de reprodução dos camarões e o momento certo de plantar ou colher no mangue. Esse conhecimento, passado de avós para netos, é uma forma poderosa de ciência tradicional — e precisa ser reconhecido e valorizado.
O que diferencia essas comunidades?
Elas compartilham três características principais:
Relação direta com o território: o mar, os rios, as ilhas e a mata são parte da vida e da cultura.
Saberes transmitidos oralmente: as práticas de pesca, agricultura, construção de canoas ou preparo de alimentos vêm da vivência, da escuta e da observação.
Economia baseada na partilha e no cuidado: o sustento vem da natureza, com respeito e equilíbrio, não da exploração predatória.
Por que essas comunidades são importantes para o meio ambiente?
Essas comunidades praticam, muitas vezes sem saber o nome técnico, o que hoje chamamos de:
pesca sustentável;
manejo comunitário de recursos naturais;
resiliência climática;
agroecologia e extrativismo responsável.
São elas que preservam tradições, mantêm viva a cultura local e ajudam a conservar áreas inteiras de ecossistemas como manguezais, costões rochosos e restingas — muitas vezes com pouco ou nenhum apoio do Estado.
E qual é o papel da educação nesse contexto?
A educação é uma ponte entre mundos. Quando a escola escuta os mestres da comunidade, quando o livro dialoga com a experiência do pescador, a educação vira ferramenta de fortalecimento cultural.
Projetos como os do Instituto Marulho, que envolvem oficinas, rodas de conversa e atividades com escolas locais, buscam exatamente isso: mostrar que o conhecimento tradicional é tão valioso quanto o científico, e que ambos podem caminhar juntos.
O que o Instituto Marulho Eco faz nesse campo?
Entre as ações do Instituto, destacam-se:
Oficinas de saberes tradicionais (costura de rede, carpintaria naval, tinturaria natural);
Visitas educativas à antiga fábrica de sardinha e à sede do projeto;
Intercâmbio entre comunidades caiçaras e redes de mulheres artesãs;
Produção de conteúdo educativo valorizando as histórias e práticas locais.
Nosso objetivo é fortalecer a autoestima das comunidades e mostrar ao mundo o valor dos saberes invisíveis.
Como você pode apoiar?
Valorize produtos feitos por comunidades tradicionais;
Apoie projetos de educação e cultura local;
Ajude a difundir histórias, não apenas paisagens;
Respeite o tempo e o modo de vida das comunidades quando visitar territórios costeiros;
Apoie políticas públicas que garantam o direito à terra e ao território.
💬 Cuidar do mar também é cuidar de quem cuida do mar.
A conservação precisa de tecnologia, ciência — e também de memória, respeito e escuta.
Conheça as histórias que movem o Instituto Marulho Eco nas nossas redes sociais.


